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Saturday, July 13, 2013

Balanço dos Protestos no Brasil

Balanço dos Protestos no Brasil

Balanço dos Protestos no Brasil
Ainda estava escuro quando manifestantes bloquearam acesso ao maior porto do país. Nenhum caminhão pôde entrar em Santos, no litoral paulista. Quando o dia clareou, outras estradas foram fechadas. Em São Paulo, a ligação com o litoral foi interrompida. Os manifestantes ocuparam a rodovia Anchieta no sentido da capital. A Polícia Rodoviária fez um bloqueio para ninguém passar. Os manifestantes liberaram o acesso às 12h.
A rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, chegou a ficar mais de duas horas fechada em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. A região é um pólo industrial com montadoras de veículos e empresas do ramo aeronáutico. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, trabalhadores de 30 empresas participaram do protesto.
Eram 6h30 quando os manifestantes invadiram as pistas
e queimaram pneus. Às 8h, a Polícia Rodoviária Federal chegou com uma ordem judicial que impedia o bloqueio. A Advocacia-Geral da União conseguiu uma liminar proibindo a União Geral dos Trabalhadores e a Força Sindical de interromperem o tráfego das rodovias federais de São Paulo. Em caso de descumprimento, a multa seria de R$ 100 mil por hora. Mesmo assim, o sindicato decidiu permanecer no local. A pista só foi liberada duas horas depois.
Pelo menos, 40 estradas foram fechadas em 14 estados. Sete rodovias gaúchas foram interditadas pelas manifestações. Pernambuco e Bahia tiveram seis rodovias bloqueadas. Em Goiás, um grupo queimou pneus na BR-153. O congestionamento chegou a 10 km. Alguns motoristas invadiram o acostamento e se arriscaram na fumaça.
No Brasil, boa parte dos atos de protesto foi organizada em páginas de eventos no Facebook e acompanhada em tempo real por depoimentos, fotos e vídeos postados no Twitter, pelos celulares dos manifestantes. Em comum, eles tinham hashtags como #vemprarua e #ogiganteacordou.

"A emoção gerada nas ruas entra na internet, via celular, e causa comoção, solidariedade. E isso vai sendo disseminado, contaminando os seguidores de quem compartilhou ou deu um deu um RT (retweet) na mensagem", disse Fabio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenador do Labic, à BBC Brasil.

"E isso fica tão intenso que gera uma mobilização e volta para as ruas, já que mais gente resolve sair para protestar. Assim, o ciclo recomença. É algo que se retroalimenta."

Agitação crescente
Gráficos que mostram o debate no Twitter em torno das tarifas de transporte público em São Paulo no dia 13 de junho mostram a ativação da rede social minutos antes e logo após o início do confronto dos manifestantes com a polícia â"€ tido como o episódio que "espalhou" os protestos pelo resto do país.

"O retrato dessa rede é a genealogia, o momento inicial do conflito no Brasil. Acho que é a partir daí que se multiplicam as hashtags e o conflito em outros estados. No momento do confronto, a rede se intensifica e as pessoas começam dar seus depoimentos e compartilhar depoimentos sobre o que estava acontecendo", afirma Malini.

Assim que o confronto começa, os relatos de violência policial ganham a rede na forma de tweets â"€ muitas vezes acompanhados por fotos e vídeos, naquela ocasião, incluindo manifestantes e jornalistas feridos â"€, e a temperatura da discussão online aumenta.

A partir do dia 13, segundo Malini, o nome da presidente Dilma Rousseff passa a ser mais mencionado no site, ao mesmo tempo em que manifestantes e defensores dos protestos começam a dizer que a luta não era somente por R$ 0,20, mas também por melhores serviços públicos e contra a corrupção.

No dia 17 de junho, quando aconteceram cerca de 30 manifestações em todo o país, a análise do Labic já mostra "aglomerados" de pessoas que apoiam e que criticam o governo federal, além do papel da mídia dentro do debate.

"A mídia aparece aqui mais como difusora de informações do que associada a um dos lados. As notícias colocadas no Twitter são compartilhadas por ambos os lados para enfatizar seus argumentos", explica o pesquisador.

Além de críticas e defesas do governo, outro grupo de usuários "verbaliza pautas que os dois grandes grupos (de oposição e apoio ao governo) não mobilizam, como a questão dos índios e dos grandes projetos de desenvolvimento, a questão da mobilidade urbana e a crítica aos gastos da Copa".
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